As Contramestras Bebezonas realizaram mais uma palestra de sucesso, cujo tema abordado foi a Musicalidade na Capoeira.
Queridos Alunos, espero que tenham aproveitado bem os ensinamentos passados, estudem, se dediquem a musicalidade da capoeira, pois a mesma é a alma de nossa arte.
Nas rodas de Capoeira, toquem com a alma, com entusiasmo, cantem com o coração, responda ao coro, batam palmas, respeite a bateria, os instrumentos, os cantadores e lembrem-se que quem dita o tipo de jogo a ser desenvolvido na roda é o Berimbau, é ele que é o Mestre da Roda!
Na bateria mantenha uma conduta exemplar, respeitando as regras gerais da mesma, não é somente tocar, tem que sentir o arrepio na pele, desenvolver a sensibilidade dos ouvidos, passar emoção, energia positiva, alegria e força no timbre da voz e acima de tudo ser Humilde, Seguro e respeitador além de conhecer os fundamentos e a tradição da capoeira em sua totalidade.
Para ser um bom cantador de capoeira não se necessita, ser o melhor, o mais belo, aos olhos carnais basta dominar, amar e se dedicar de corpo e alma a orquestra da capoeira! iê Viva meu Deus!
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Mãe Capoeira- por Mestre Natanael
Linda esta foto, esta montagem foi feita pelo aluno Carlos Garçom, eu gostei tanto que quero compartilhar com todos vocês esta arte! Muito Bom! Axé!
Escolhi
postar esta letra, por que para mim esta ladainha é um clássico da capoeira, é pura
poesia, uma composição perfeita declamada na voz de Mestre Natanael, que nos
passa muita emoção e nos faz viajar até os nossos antepassados! Não podemos
deixar morrer os grandes cantadores e os grandes clássicos da capoeira, isso é
letra de qualidade! Axé!
Ladainha: Mãe
Capoeira
Por:
Mestre Natanael
Mãe
capoeira, tu que viestes das Áfricas, no sangue do teu filho negro.
Mãe
Capoeira de ti me ouve, tu que fez de mim o teu escravo.
Mãe
Capoeira tu que fez tantos deuses, Ganga zumba, Zumbi que por necessidade de
liberdade, construiu e morreu no quilombo.
Mãe
Capoeira sei que muitos doutores te respeitam, porque estiveram na casa branca
algum dia. Tu que nos deu berimbau como teu filho mestre para ter base no
canto e na luta.
Mãe
capoeira não sei se na África ou no Quilombo dos Palmares, mais aqui um povo
que se sente honrado em ser brasileiro.
Mãe
Capoeira, não sei se parto ou se fico, muitos partiram, mais deixaram o seu
nome gravado na história da capoeira.
Capoeira- algumas frases e homenagem a Frede Abreu
Frases de Mestre Curió
“Capoeira
é arte, dança, malícia, filosofia, malandragem, teatro, música, coreografia e não
violência. Só passa a ser perigosa na hora da dor”...
“Para
mostrar que é bom o capoeirista não precisa bater”...
“Capoeirista
é calmo. Devagar para o angoleiro ainda é pressa. Eu só tive pressa para
nascer, pois sou de sete meses”.
Trecho da música
Sucrilhos- Criolo
“Eu
tenho orgulho da minha cor
Do
meu cabelo e do meu nariz
Sou
assim e sou feliz.
Índio,
caboclo, cafuzo , criolo,
sou
brasileiro.
Frase de Waldemar da
Paixão
“Você
pega os berimbaus, une os toques uns com os outros e dá vontade de ir pra roda
fazer o que Deus manda.”
Homenagem a Frede
Abreu.
Frederico
José de Abreu, 66 anos, faleceu no dia 11 de Julho de 2013. Frede foi um grande
pesquisador e estudioso da capoeira e da cultura afro- brasileira. Tem um vasto
material ligado a capoeira, material este que eu em particular ressalto o livro
“O barracão do Mestre Waldemar! Que Deus
lhe abençoe e conforte sua família!
Texto de Frede Abreu
“Na
vadiação a capoeira se juntou com o berimbau pra festejar a aliança da Paixão, Waldemar
pintou o arco musical.
Ah!
Essa negra mania baiana de tudo enfeitar, de tudo misturar de repente assim:
A
cor e o som, a cabaça, em suas mãos.
Odora!
O
berimbau se transformou no arco- íris musical.
A Musicalidade da capoeira é parte da MPB!
Espero
que estas lindas e preciosas pérolas em forma de canções possam ressaltar em
vocês o gosto pela musicalidade da capoeira e da Música Popular Brasileira.
Vejam a importâncias que grandes cantores verdadeiras estrelas da MPB como
Vinícius de Moraes e Clara Nunes, davam a nossa arte, cantando letras
inteligentes e profundas contando, histórias e sentimentos relacionados à Arte
da Capoeira. Estes grandes artistas já se foram, mais deixaram um tesouro, ou
seja, as suas músicas com o axé de suas vozes, estes artistas foram e são
únicos, singulares, inigualáveis!
Axé
Vinicius e Clara, muita luz para vocês!
Berimbau - Vinicius de Moraes
Quem é homem de bem
Não trai!
O amor que lhe quer
Seu bem!
Quem diz muito que vai
Não vai!
Assim como não vai
Não vem!...
Não trai!
O amor que lhe quer
Seu bem!
Quem diz muito que vai
Não vai!
Assim como não vai
Não vem!...
Quem de dentro de si
Não sai!
Vai morrer sem amar
Ninguém!
O dinheiro de quem
Não dá!
É o trabalho de quem
Não tem!
Capoeira que é bom
Não cai!
E se um dia ele cai
Cai bem!...
Não sai!
Vai morrer sem amar
Ninguém!
O dinheiro de quem
Não dá!
É o trabalho de quem
Não tem!
Capoeira que é bom
Não cai!
E se um dia ele cai
Cai bem!...
Capoeira me mandou
Dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou
Vai ter briga de amor
Tristeza camará...
Dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou
Vai ter briga de amor
Tristeza camará...
Se não tivesse o amor (2x)
Se não tivesse essa dor (2x)
E se não tivesse o sofrer (2x)
E se não tivesse o chorar (2x)
Melhor era tudo se acabar (2x)
Se não tivesse essa dor (2x)
E se não tivesse o sofrer (2x)
E se não tivesse o chorar (2x)
Melhor era tudo se acabar (2x)
Eu amei, amei demais
O que eu sofri por causa de amor ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei é que ninguém nunca teve mais...
Mais do que eu
O que eu sofri por causa de amor ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei é que ninguém nunca teve mais...
Mais do que eu
Capoeira me mandou
Dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou
Vai ter briga de amor
Tristeza camará...
Dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou
Vai ter briga de amor
Tristeza camará...
Jogo de Angola - Clara Nunes
No tempo em que o negro chegava
fechado em gaiola,
Nasceu no Brasil,
Quilombo e quilombola,
E todo dia, negro fugia, juntando a corriola.
Nasceu no Brasil,
Quilombo e quilombola,
E todo dia, negro fugia, juntando a corriola.
De estalo de açoite de ponta de faca,
E zunido de bala,
Negro voltava pra Angola,
No meio da senzala.
E zunido de bala,
Negro voltava pra Angola,
No meio da senzala.
E ao som do tambor primitivo
Berimbau mharakê e viola,
Negro gritava "Abre ala”
Vai ter jogo de Angola.
Berimbau mharakê e viola,
Negro gritava "Abre ala”
Vai ter jogo de Angola.
Perna de briga,
Camara...
Camara...
Perna de briga,
Olê...
Olê...
Ferro de fura,
Camara...
Camara...
Ferro de fura,
Olê...
Olê...
Arma de atira,
Camara...
Camara...
Arma de atira,
Olê... Olê...
Olê... Olê...
Dança guerreira,
Corpo do negro é de mola,
Na capoeira...
Negro embola e disembola...
E a dança que era uma dança para o dono da terra,
Virou a principal defesa do negro na guerra,
Pelo que se chamou libertação,
E por toda força coragem, rebeldia,
Louvado será tudo dia,
Esse povo cantar e lembrar o Jogo de Angola,
Na escravidão do Brasil.
Corpo do negro é de mola,
Na capoeira...
Negro embola e disembola...
E a dança que era uma dança para o dono da terra,
Virou a principal defesa do negro na guerra,
Pelo que se chamou libertação,
E por toda força coragem, rebeldia,
Louvado será tudo dia,
Esse povo cantar e lembrar o Jogo de Angola,
Na escravidão do Brasil.
Perna de briga,
Camara...
Camara...
Perna de briga,
Olê...
Olê...
Ferro de fura,
Camara...
Camara...
Ferro de fura,
Olê...
Olê...
Arma de atira,
Camara...
Camara...
Arma de atira,
Olê... Olê...
Olê... Olê...
Fuzuê - Clara Nunes
Berimbau batia
Cabaça gemia
Moeda corria
Eu queria pular...
Ah! Ah!
Eu queria pular...
Ah! Ah!
Escrevi meu nome num fio de arameCabaça gemia
Moeda corria
Eu queria pular...
Ah! Ah!
Eu queria pular...
Ah! Ah!
E quem quer que me chame
Vai ter que gritar
Eh Camará, Eh Camará
Eh fuzuê
Parede de barro
Não vai me prender (4x)
Maria Macamba perdeu a caçamba
No cateretê
Sambou noite e dia
Que até parecia que ia morrer
Nasceu no quilombo
Aprendeu levar tombo
No canjerê
Foi de cesta no lombo
Com água e pitombo
Trocar por dendê, fuzuê
Eh fuzuê
Parede de barro
Não vai me prender (4x)
Tinha um pé de coqueiro
Cobrindo o terreiro
De onde eu nasci
Eu vi que o coco era oco
E valia tão pouco
Para se subir
Mas eu com um taco de toco
Batia no coco
Pro coco cair
E pegava no coco
Quebrava num soco
Sem repetir, fuzuê
Eh fuzuê
Parede de barro
Não vai me prender (4x)
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