quarta-feira, 8 de junho de 2011

Manduca da Praia

Conhecido na Baixada Fluminense (RJ), considerado como homem de negócios, eleitor crônico da freguesia de São José, respondeu 27 processos por ferimentos leves, sendo absolvido por influência pessoal de amigos.

Era pardo claro, alto, reforçado, giboso, usava uma barba grisalha e de cor cobre, usava chapéu castor branco ou de palha no alto da cabeça, de olhos injetados e grandes; de andar compassado e resoluto, inspirava temor e confiança. Trajado com decência, nunca dispensava o casaco grosso e comprido, sapatos de bico revirado, gravata de cor, anel corrediço, trazendo como arma uma bengala fina de cana- da - índia.

Dono da banca de peixe da praça do mercado, era liso em seus negócios, ganhava bastante e vivia bem “com regalo”.

Morador da cidade Nova não recebia influências da capoeiragem local, nem de outras freguesias, fazendo vida à parte, sendo capoeirista por conta própria.

“Destro como uma sombra, foi no curro da rua do lavradio, canto com a do Senado, onde é hoje uma cachoeira de Andorinhas, iniciou sua carreira de valentão e destemido, agredindo touros bravos sobre os quais saltava livrando-se. Nas eleições de São José dava as cartas, fazia o que queria com as cédulas, nos esfaqueamentos e nos farrilhos ninguém ganhava.

Na festa da Penha, o Manduca da Praia bateu-se com tanta vantagem contra um grupo de romeiros armados de pau, que alguns ficaram estendidos e os mais, inutilizados na luta.

O fato mais marcante foi a chegada de um Deputado português Santana na cidade, que gostava de brigas e não recuava nunca, homem distinto e invencível, jogador de pau, dotado de uma força muscular prodigiosa; sabendo de Manduca, Santana o procurou e o encontro dos dois houve desafio, acontecendo aquele saltar dos ares ao primeiro “camelo” de nosso capoeira. “Depois beberam champanhe juntos e continuaram amigos.”

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