quarta-feira, 22 de junho de 2011

MESTRE LEOPOLDINA- DEMERVAL LOPES DE LACERDA

Demerval Lopes de Lacerda, conhecido como Mestre Leopoldina, nasceu em 12 de fevereiro de 1933. Começou a aprender a capoeira aos 18 anos, com o Quinzinho, um jovem malandro carioca, valente, temido e respeitado na região da central do Brasil (RJ). Um ano depois, Quinzinho foi preso e assassinado na prisão. Leopoldina sumiu por uns tempos, e treinava sozinho, até que soube que Valdemar Santana, lutador bastante conhecido na época, trouxera da Bahia um capoeirista de nome Artur Emídio. Leopoldina foi apresentado a Artur, que o convidou para jogar. “Fui lá, meio envergonhado, e fiz aquilo que o finado Quinzinho tinha me ensinado. No começo a coisa correu bem, mas aos poucos Artur começou a crescer, e era pernada por tudo que era lado, e percebi que ele era mais fera ainda que o Quinzinho”. Foi assim que Leopoldina, aprendiz da capoeira carioca, foi apresentado a capoeira baiana. Leopoldina continuou aprendendo com Mestre Artur Emídio, e hoje é Mestre consagrado, muito respeitado, tanto por seu jogo, quanto pela habilidade com o berimbau, e por suas composições, admiradas e cantadas em todo Brasil. É uma das maiores expressões da capoeira antiga, cheia de malandragem e mandinga. É dono de uma simpatia e um carisma enormes e já cunhou frases pitorescas do repertório da capoeira, como esta, que nos foi revelada uma vez em Guaratinguetá: “ a capoeira á a maçonaria da malandragem!”.

Em 2007, foi lançado o documentário “Mestre Leopoldina: A Fina Flor da Malandragem”, com depoimentos do próprio Mestre.

Faleceu em 17 de outubro de 2007 em São José do Campos/ SP, deixando muita tristeza e saudade nos corações de todos os capoeiristas.

M. Leopoldina escreveu essa famosa ladainha:

Alguém me disse
Que pareço Ganga Zumbi
Óia lá, foi o Rei lá dos Palmares
E outros já me disseram
Que na outra encarnação
Eu era rico, muito rico
Eu tinha muita fazenda
E grande canavial
E eu era bom patrão
Só mulher eu tinha nove (bis)
Com idades variadas
E hoje, o que eu tenho?
Nem sequer tenho casa pra morar
Nem dinheiro pra gastar
Mas tenho a Graça Divina
Que é minha companheira
Óia, eu tenho a capoeira
E essa grande amizade
Dentro do meu coração, camará...

Iê! Viva Leopoldina!

Comentário da Professora Cristiane (Professoras Bebezonas), a respeito do Documentário a Fina Flor da Malandragem - Mestre Leopoldina.

Tive a oportunidade e a honra de assistir ao documentário A Fina Flor da Malandragem sobre a Vida de Mestre Leopoldina, achei um conteúdo muito rico em informações não só em experiência de capoeira como também de vida.

O que eu gostaria de ressaltar aqui é algo de muito valor e importância que é o carinho, respeito, admiração, consideração, dedicação e cuidado que os Mestres Tinta Forte e Pavão tiveram para com o Mestre Leoplodina. Particularmente me emocionei muito com o trecho do documentário em que Mestre Leopoldina ao partir o bolo de aniversário dá os primeiros pedaços aos Mestres Tinta Forte e Pavão e comenta que os mesmos nunca se esqueceram dele e Mestre Leopoldina chora ao se referir ao gesto de carinho dos mestres em relação a ele e esta cena é marcada por um abraço sincero do Mestre Pavão no Saudoso Mestre Leopoldina.

Meu Axé e o meu respeito aos Mestres Tinta Forte e Pavão, por serem não só bons e grandes capoeiristas mais também são exemplos para todos nós com estes gestos de Humanidade, Amor, Respeito, Solidariedade e Reconhecimento ao mestre Leopoldina esta Estrela da Velha Guarda da Capoeira! Axé!!!

Um comentário:

  1. Essas qualidades é uma coisa que não só os capoeiristas deveriam ter,mas todas as pessoas uma pela outra porque somos todos iguais e pelo fato de todos serem filho de DEUS.

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